Essa é uma questão muito recorrente, quando o pai, genitor, utiliza de palavras, gestos e atitudes para falar mal da mãe para a criança.
Mas isso é crime? O pai pode fazer isso?
Não pode e em certos casos, é crime!
Falar mal de um dos pais para a criança é uma forma de alienação parental e é considerado prejudicial para o bem-estar emocional da criança.
Afinal, o que é Alienação parental?
A alienação parental é quando um dos pais influencia negativamente a criança contra o outro genitor, prejudicando o relacionamento entre eles.
Ela pode ocorrer por meio de palavras, onde um dos pais fala mal do outro para a criança, distorcendo a imagem e prejudicando o relacionamento entre eles. Também pode acontecer por meio de ações, como interferir nas visitas ou manipular situações para prejudicar a relação entre a criança e o genitor alvo.
Algumas falas que podem configurar:
"Esse presente que sua mãe te deu é feio e ela só te dá coisa ruim"
"A casa da sua mãe é um lixo"
"Eu estou adoecendo por culpa da sua mãe"
"A sua mãe é a pior mãe do mundo"
Além disso, pode causar danos emocionais à criança e ao relacionamento com o genitor alvo. Confusão, ansiedade e até mesmo hostilidade em relação ao genitor alvo.
A Lei 12.318 de 2010 dispõe acerca da alienação parental, dispondo em seu artigo 2º: “Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.
Assim, durante o processo de guarda e alimentos, lidar com a alienação parental pode ser extremamente desafiador!
Uma das coisas mais importantes a fazer é documentar tudo o que acontece. Isso inclui mensagens de texto, e-mails, gravações de telefonemas e qualquer outro comportamento que demonstre a alienação.
Tudo isso com auxílio de um advogado para facilitar ainda mais, pois essas evidências servirão no processo.
Além disso, tente manter uma comunicação direta e respeitosa com o outro genitor. Expresse suas preocupações sobre como as ações estão afetando o bem-estar da criança.
Lembre-se de manter o foco na criança e evitar confrontos desnecessários, porque o mais importante é pensar no bem estar do menor.
É crucial também seguir todas as ordens judiciais relacionadas à guarda e visitação, mesmo que o outro genitor não o faça. Isso mostra seu compromisso com o melhor interesse da criança.
Buscar apoio legal é outra medida importante. Um advogado especializado em direito de família pode fornecer orientação sobre como lidar com a situação dentro do contexto do processo de guarda.
E, acima de tudo, priorize o bem-estar da criança. Mantenha um ambiente positivo e estável para ela, continue sendo uma mãe/pai presente e evite falar mal do outro genitor na frente da criança. O objetivo é garantir que ela cresça em um ambiente saudável, mesmo diante das dificuldades enfrentadas durante o processo de guarda.
Se você está passando por isso, entenda seus direitos.
O escritório Milena Camargo Advocacia é especialista em direito de família e sucessões. Ficou alguma dúvida sobre isso? me mande uma mensagem, terei o prazer em respondê-la através do telefone (62) 98492-5445 ou email advmilenacamargo@gmail.com.
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